VAMOS ACABAR COM A SURUBA?
PLEBISCITO JÁ!
Tenho achado a militância da esquerda, particularmente do PT, meio omissa, indiferente ao clamor de alguns partidos, e particularmente de Lula e Dilma, para o Congresso estabelecer a data de um plebiscito, com o povo brasileiro autorizando uma Constituinte específica e limitada, a da ordenação política brasileira, reorganizando-a, de maneira a dificultar a fraude, as mentiras e manipulações; a prevalência de interesses pessoais e partidários, com prejuízo para os interesses do país e do seu povo; a necessidade de loteamentos de cargos, autarquias e ministérios, para tornar possível a governança; a corrupção...
A primeira coisa a se acabar é com o bipartidarismo, cópia do Estados Unidos (Republicanos/Democratas), descaradamente importado pela Ditadura Militar (ARENA/MDB), e que até hoje vigora, criando dois balaios de gatos: na direita, capitaneado pelo PSDB, misturam-se de neonazistas a neoliberais, passando por fascistas, neofascistas, liberais, golpistas... E na esquerda, orbitando o PT, desde comunistas ortodoxos a trabalhistas, passando por comunistas de diversas tendências, socialistas dos mais diversos matizes, sociais democratas...
Rebeldes à situação, extremistas dos dois lados, o que cria um verdadeiro surrealismo político, com grupos que se dizem revolucionários sendo financiados por dólares mandados por ONGs norte americanas e pela Fiesp, ou se dizendo neoliberais e aplaudindo o Bolsa Família.
A segunda questão é a da fidelidade partidária, com duas obrigatoriedades: só pode ser candidato quem tiver pelo menos cinco anos de filiação a um partido, de maneira a acabar com as siglas (partidos) de aluguel, onde se compra o direito de ser candidato, criando afinidade ideológica entre o político e o partido, o que atualmente não acontece e cria situações no mínimo pândegas, com um mesmo partido de aluguel aglutinando candidatos comunistas e neoliberais, juntos, no mesmo palanque e no mesmo horário eleitoral, pedindo votos para o mesmo partido, confundindo a cabeça do povo, que acaba votando em quem patrocinou o churrasco ou deu um jogo de camisas novo ao time do bairro, quiçá não tenha pago dentaduras, laqueaduras de trompas ou muletas, as vezes reembolsando a passagem do eleitor, da residência à zona eleitoral, para votar, ou patrocinando o hot dog com guaraná natural (quem mora nas periferias urbanas sabe que é assim).
A segunda obrigatoriedade é a de só poder ser candidato quem não tiver sentença condenatória por improbidade administrativa, malversação de fundos ou corrupção em qualquer instância, porque o que assistimos é a promoção de ladrões municipais a ladrões estaduais e de ladrões estaduais a federais, a cada eleição.
Como a Lei da Ficha Limpa, como está, só veta quem tem sentença condenatória definitiva, e é sempre possível recorrer, a cada eleição quadrilhas se assenhoram do poder ou se mantêm nele.
A questão seguinte é a do papel da Mídia e das religiões na política.
A imprensa, quando atrelada a partidos, tendências, siglas ou facções deve vir identificada, sejam folhetos, jornais ou revistas.
Sendo comerciais não devem usar o poder econômico e de comunicação para aliciar eleitores, devidamente subvencionadas por interessados, uma sutil forma de corrupção.
Já com o rádio e a tevê o negócio muda: não são propriedades particulares com controle absoluto do(s) seu(s) dono(s), mas concessões públicas, o que as leva (ou levaria) à obrigação da imparcialidade, e não a funcionarem como partidos políticos subvencionados também, quando não atendendo aos interesses econômicos e financeiros dos que exploram essas concessões.
A questão religiosa é gravíssima e não tem recebido a merecida atenção dos militantes de todo o espectro político, e que são democratas: há uma proposta de cristianizar o país, que deixaria de ser um estado laico para ser cristão, nos mesmos moldes do Islã.
Os golpistas, sejam de direita ou esquerda, colocam as caras na janela e damos-lhes porradas, desmascarando, mas os mal intencionados religiosos agem sorrateiramente nos milhares, senão já milhões de igrejas, de centenas, senão milhares de denominações de grupos, organizações, seitas, credos... E com um agravante: nos partidos a adesão se dá de forma ideológica, nas religiões, por questão de fé, por subordinação cega ao líder religioso, sem questionamentos, o que as faz cooptar acólitos, partidários e simpatizantes em todos os partidos, inclusive na esquerda.
A chamada bancada evangélica, conservadora e oportunista, já soma mais de um terço dos parlamentares do Congresso Nacional, o que se repete nos legislativos estaduais e municipais.
Nas emissoras de rádio, conhecidas como gospel, muitos e muitos milhares delas, entre comerciais, comunitárias e piratas, e nos horários comprados nas tevês, o discurso religioso é infinitamente maior, em tempo e capacidade de persuadir, que o discurso político.
Isto é o mínimo a ser feito, para que terminemos com a suruba atual, onde o partido que se intitula social democrata (PSDB) é neoliberal; o que se diz democrata (Dem) é neofascista; o que se diz trabalhista (PTB) serve aos patrões; o que se diz socialista (PT) é social democrata; os que se dizem cristãos (um monte deles) são a favor da redução da idade penal, da pena de morte, do aborto e da justiça com as próprias mãos; muitos dos que se dizem comunistas quebram orelhões e vitrines, queimam fusca, afastando a massa, em contramão da literatura marxista, que os deveria nortear; mais um monte de siglas de aluguel, onde cabem bicheiros, narcotraficantes, milicianos, líderes comunitários, latifundiários, jogadores de futebol, sem nenhuma ideologia ou conhecimento da política... Com uma única proposta: enriquecer ou ampliar as próprias fortunas.
PLEBISCITO JÁ! Ou mudamos o que está aí ou continuaremos navegando em águas turvas, sujas, podres, fazendo da política o esforço de não naufragar.
Francisco Costa
Rio, 27/04/2014.
PLEBISCITO JÁ!
Tenho achado a militância da esquerda, particularmente do PT, meio omissa, indiferente ao clamor de alguns partidos, e particularmente de Lula e Dilma, para o Congresso estabelecer a data de um plebiscito, com o povo brasileiro autorizando uma Constituinte específica e limitada, a da ordenação política brasileira, reorganizando-a, de maneira a dificultar a fraude, as mentiras e manipulações; a prevalência de interesses pessoais e partidários, com prejuízo para os interesses do país e do seu povo; a necessidade de loteamentos de cargos, autarquias e ministérios, para tornar possível a governança; a corrupção...
A primeira coisa a se acabar é com o bipartidarismo, cópia do Estados Unidos (Republicanos/Democratas), descaradamente importado pela Ditadura Militar (ARENA/MDB), e que até hoje vigora, criando dois balaios de gatos: na direita, capitaneado pelo PSDB, misturam-se de neonazistas a neoliberais, passando por fascistas, neofascistas, liberais, golpistas... E na esquerda, orbitando o PT, desde comunistas ortodoxos a trabalhistas, passando por comunistas de diversas tendências, socialistas dos mais diversos matizes, sociais democratas...
Rebeldes à situação, extremistas dos dois lados, o que cria um verdadeiro surrealismo político, com grupos que se dizem revolucionários sendo financiados por dólares mandados por ONGs norte americanas e pela Fiesp, ou se dizendo neoliberais e aplaudindo o Bolsa Família.
A segunda questão é a da fidelidade partidária, com duas obrigatoriedades: só pode ser candidato quem tiver pelo menos cinco anos de filiação a um partido, de maneira a acabar com as siglas (partidos) de aluguel, onde se compra o direito de ser candidato, criando afinidade ideológica entre o político e o partido, o que atualmente não acontece e cria situações no mínimo pândegas, com um mesmo partido de aluguel aglutinando candidatos comunistas e neoliberais, juntos, no mesmo palanque e no mesmo horário eleitoral, pedindo votos para o mesmo partido, confundindo a cabeça do povo, que acaba votando em quem patrocinou o churrasco ou deu um jogo de camisas novo ao time do bairro, quiçá não tenha pago dentaduras, laqueaduras de trompas ou muletas, as vezes reembolsando a passagem do eleitor, da residência à zona eleitoral, para votar, ou patrocinando o hot dog com guaraná natural (quem mora nas periferias urbanas sabe que é assim).
A segunda obrigatoriedade é a de só poder ser candidato quem não tiver sentença condenatória por improbidade administrativa, malversação de fundos ou corrupção em qualquer instância, porque o que assistimos é a promoção de ladrões municipais a ladrões estaduais e de ladrões estaduais a federais, a cada eleição.
Como a Lei da Ficha Limpa, como está, só veta quem tem sentença condenatória definitiva, e é sempre possível recorrer, a cada eleição quadrilhas se assenhoram do poder ou se mantêm nele.
A questão seguinte é a do papel da Mídia e das religiões na política.
A imprensa, quando atrelada a partidos, tendências, siglas ou facções deve vir identificada, sejam folhetos, jornais ou revistas.
Sendo comerciais não devem usar o poder econômico e de comunicação para aliciar eleitores, devidamente subvencionadas por interessados, uma sutil forma de corrupção.
Já com o rádio e a tevê o negócio muda: não são propriedades particulares com controle absoluto do(s) seu(s) dono(s), mas concessões públicas, o que as leva (ou levaria) à obrigação da imparcialidade, e não a funcionarem como partidos políticos subvencionados também, quando não atendendo aos interesses econômicos e financeiros dos que exploram essas concessões.
A questão religiosa é gravíssima e não tem recebido a merecida atenção dos militantes de todo o espectro político, e que são democratas: há uma proposta de cristianizar o país, que deixaria de ser um estado laico para ser cristão, nos mesmos moldes do Islã.
Os golpistas, sejam de direita ou esquerda, colocam as caras na janela e damos-lhes porradas, desmascarando, mas os mal intencionados religiosos agem sorrateiramente nos milhares, senão já milhões de igrejas, de centenas, senão milhares de denominações de grupos, organizações, seitas, credos... E com um agravante: nos partidos a adesão se dá de forma ideológica, nas religiões, por questão de fé, por subordinação cega ao líder religioso, sem questionamentos, o que as faz cooptar acólitos, partidários e simpatizantes em todos os partidos, inclusive na esquerda.
A chamada bancada evangélica, conservadora e oportunista, já soma mais de um terço dos parlamentares do Congresso Nacional, o que se repete nos legislativos estaduais e municipais.
Nas emissoras de rádio, conhecidas como gospel, muitos e muitos milhares delas, entre comerciais, comunitárias e piratas, e nos horários comprados nas tevês, o discurso religioso é infinitamente maior, em tempo e capacidade de persuadir, que o discurso político.
Isto é o mínimo a ser feito, para que terminemos com a suruba atual, onde o partido que se intitula social democrata (PSDB) é neoliberal; o que se diz democrata (Dem) é neofascista; o que se diz trabalhista (PTB) serve aos patrões; o que se diz socialista (PT) é social democrata; os que se dizem cristãos (um monte deles) são a favor da redução da idade penal, da pena de morte, do aborto e da justiça com as próprias mãos; muitos dos que se dizem comunistas quebram orelhões e vitrines, queimam fusca, afastando a massa, em contramão da literatura marxista, que os deveria nortear; mais um monte de siglas de aluguel, onde cabem bicheiros, narcotraficantes, milicianos, líderes comunitários, latifundiários, jogadores de futebol, sem nenhuma ideologia ou conhecimento da política... Com uma única proposta: enriquecer ou ampliar as próprias fortunas.
PLEBISCITO JÁ! Ou mudamos o que está aí ou continuaremos navegando em águas turvas, sujas, podres, fazendo da política o esforço de não naufragar.
Francisco Costa
Rio, 27/04/2014.
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